Pesadelos Mascarados | Capítulo 12 [Penúltimo Capítulo]



Capitulo Doze – Sonhos Perdidos

Essa era a minha última semana de Jornada – à procura de solução para as Succubus –, eu poderia procurar muito mais, contudo aquilo estava se revelando uma tremenda perca de tempo. Eu precisava voltar a cuidar da minha pequena fortuna ao invés de gastá-la compulsivamente com viagens pelo Mundo, valeu a pena por toda a experiência que eu tive, porém eu não poderia continuar agindo desta forma.
Esta é a minha segunda noite em Porto Seguro, mas nenhuma mulher me chamou atenção desde Preta. Ela apenas me chamou atenção, não foi algo forte como o que eu tinha de sentir. Esta noite eu vou a um luau numa praia pra ver se acho alguém realmente interessante e que resolva de vez o meu problema, mas confesso que não estou muito animado.
O Luau começa a 17hrs, para vermos o pôr do sol e aplaudirmos (bem rippie né?), logo em seguida, uma fogueira é acesa, alguém vai tocar o violão, outro cantar e comer alguns frutos do mar preparados na hora. Não era bem o meu estilo de festa, pois não sou mais nenhum garotão, no entanto esse tipo de confraternização é bem comum por aqui.
Eu saí do hotel pouco antes das quatro e fui para o quiosque onde iria ocorrer o luau. Quando cheguei tudo parecia estar começando, mas para minha surpresa não havia muitas pessoas. Fui de encontro ao Inácio, foi ele quem me convidou.
- E aí, Charles? – Ele foi me cumprimentado e de quebra errou meu nome.
- Beleza? – Retribí. – E meu nome é Charlie!
- Oxe, e eu sei aprender nome difícil? Senta aí. – Nós dois rimos.
- Ei, me diz uma coisa? – Pedi. – Vem pouca gente mesmo para aqui?
- Sim, pow, é uma comemoração simples a gente só veio se divertir um pouquinho. Amanhã todo mundo pega no batente! – Explicou.
- Ah, é que eu não sou acostumado com esses tipos de… comemorações. – Falei um pouco intimidado.
- Pois se ligue que a galera pega ar fácil aqui. – Me alertou.
- Aham, pode deixar. – Concordei com um aceno na cabeça.
- Ei, senta aí que o sol já vai pôr-se! – Anunciou e eu me sentei em uma das cadeiras que haviam sido colocadas na areia.
Todos nós ficamos sentados no mais absoluto silencio, todos ficamos a fitar o astro rei se pôr bebendo água de côco ou refrigerante. Quando finalmente só havia algumas pinceladas de tom alaranjado no céu, todos nos levantamos e aplaudimos o sol e a passagem do dia. As chamas da fogueira aos poucos passavam a crepitar mais rápido e bebidas alcoólicas foram inseridas no nosso cardápio.
A noite já estava em seu ápice quando percebi que tudo o que eu fizera lá ficar pensando e bebendo, enquanto os outros se divertiam e se reuniam em… casais. Como eu não havia percebido isto antes? Aquele era um programa romântico demais para solteirões como eu. Resolvi me mandar.
- Ei, Inácio. – Falei-o. – Eu já estou indo, está bem?
- Aham, velho, falou. – Inácio disse secamente e voltou seu rosto para a loira ao lado dele. Ela até havia lançado alguns olhares furtivos para mim, mas mulher de amigo pra mim é homem.
Resolvi dar uma volta no calçadão da praia e depois seguir para o meu hotel, eu tinha muito com o que refletir. Minha vida andava um caos e eu não havia parado para refletir sobre o que realmente é correto a se fazer, eu só havia seguido instruções e talvez fosse este o motivo de eu não ter achado uma solução para o meu tormento.
O que mais me intriga neste momento foi o meu ultimo sonho com Albha, era aniversário dela e nós só havíamos nos beijado nada dela me levar para cama e sugar minha energia. Isto era estranho… ela só queria me dar um beijo de… despedida. Era isto! Ela estava me deixando e não havia necessidade nem sequer de eu ter vindo até aqui, ela já havia o feito por livre e espontânea vontade.
Agora eu pude me lembrar do que realmente houve no meu último sonho com Albha. Nós estávamos no restaurante quando conversamos:
- O que você realmente quer?
- Te dar um beijo.
- Só isso? Você pode dar quantos beijos você quiser, na hora que quiser, posso te dar muito mais.
- Esse é diferente.
- Ora, por quê?
- Por que é um beijo de despedida, e eu nem preciso dizer que um desse a gente só dá um vez na vida.
Cheguei ao hotel, e deitei na cama mais relaxado. Saber que tudo estava acabado era reconfortante e ao mesmo passo fazia falta. Era como se uma cratera no peito estivesse sendo formada, a sensação de dever cumprido não era tão boa assim afinal. Pensei mais um pouco sobre como tocaria minha vida daqui pra frente, se tudo aquilo havia me ensinado que eu deveria me estabilizar ou se continuaria com meu estilo free por mais um tempo. Mas logo adormeci.

Eu estava imerso em um infinito branco que se estendia até onde os meus olhos já não mais alcançavam. De repente eu avistei Gabriela vindo ao longe, logo em seguida Sandra, depois Albha, as três mexicanas que eu conheci numa balada em Nova Iorque, Christina, Thais e Preta. Todas posicionadas lado a lado e se posicionando, como uma liga de mulheres. Quando chegaram mais perto de mim, cercaram-me por cada extremo.
- Olá Charlie? – Sandra deu um passo à frente e me falou.
Eu não conseguir responder, algo se formou em minha garganta e me impediu de produzir qualquer som.
- Você nem me ligou, não é mesmo? – Indagou. E eu mais uma vez fiquei calado.
- Fale seu disgraçado. Aja feito um cabra macho. – Gabriela praticamente gritou aos meus ouvidos.
- Pois, você me deixou ser comida pelas abelhas? Isto é coisa que um home faça? – Preta reforçou as acusações.
- E praticamente me induzir a trair meu marido para depois desaparecer? – Christina se pronunciou.
- E me abandonar no dia seguinte sem uma palavra a dizer? – Desta vez, foi Thais.
- Eu pensava que você me amava Charlie? – Albha falou
As palavras de Albha ficaram ecoando na minha cabeça. Uma pronuncia alta e extremamente persuasiva.

Acordei atordoado na calada da noite, ainda no meu quarto de hotel.