Pesadelos Mascarados


Capitulo Dois – A Intelectual do Central Park

New York é, sem duvida, a capital mundial do capitalismo. Como cheguei a esta conclusão? Hoje é sábado e aqui estou eu, na Times Square abarrotada de gente saindo e entrando em lojas. As vitrines eram realmente encantadoras, fossem elas de brinquedos, roupas, eletrônicos e etc. Você sente vontade de comprar tudo no momento que bate o olho naquele lugar.

Contudo, a Times Square fazia parte da rotina de vários nova-iorquinos trabalhadores que saiam de suas casas no subúrbio para fazer atendimentos no epicentro de Manhattan, a junção entre a Broadway e a 7ª avenida. O paraíso do consumismo.


Vez ou outra, eu percebia grupos de pessoas conversando em português, mas não eram freqüentes, as pessoas não costumam parar para pensar em um lugar onde seguir em frente é quase que uma obrigação, ali era como o transito, se alguém parasse seria capaz de provocar um engarrafamento e enfurecer a todos que estão em sua traseira.

No meu tour por New York eu saí da Times Square e segui para o Central Park a fim de relaxar e flertar um pouco havia algo nas americanas de autentico que me deixava quase tão excitado quando as curvas das brasileiras.

Fui caminhando pela passarela margeada de árvores, cujas copas impediam a luz solar de penetrar em pontos específicos de modo que o clima lá ficava tão agradável que muitas pessoas paravam para ler um livro, meditar e até dar um cochilo. Era totalmente antagônico ao lugar visitado anteriormente.

Durante minha caminhada encontrei uma garota ou outra que me agradasse, mas nenhuma chegava a me dar tesão de verdade e elas mais pareciam adolescentes com seus cochichos. Então, eu a avistei. Agachada à sombra de uma das arvores, lendo um romance de Nicholas Sparks e tomando um suco de laranja. Ela tinha uma aparência meio madura e me lembrava a Julia Roberts, mas os traços do seu rosto eram diferentes do da atriz.

- Oi. – Cumprimentei-a na língua local e me agachei ao seu lado.
- Olá. –Retribuiu um pouco insegura, eu acho, embora fosse difícil detectar emoções no sussurro que ela deu.
- O que está lendo? – Perguntei dobrando demais o erre do verbo “are”.
- Um Homem de Sorte. – Respondeu depois de um pequeno deboche do meu erro oral. Eu deveria ser um analfabeto funcional para ela, resolvi explicar.
- Eu sou brasileiro. – Expliquei nada timidamente. – É minha primeira vez aqui em Nova Iorque.
- Seja bem-vindo então à Grande Maçã. – Desejou-me referindo-se a cidade pelo apelido que John J. Fitzgerald colocou.
- Muito obrigado. – Agradeci e parti para a azaração antes que ela fugisse. – Quanto ao seu livro, acho que não vai mais precisar dele por que você acabou de encontrar o seu Homem de Sorte.
Inclinei meu corpo para mais perto do dela, antes que ela conseguisse assimilar o trocadilho que fiz, mas ela me repreendeu.

- As coisas não funcionam assim na America. – Explicou. – Você nem me disse seu nome.
- Oh meu Deus, como pude esquecer esse detalhe? – Martirizei-me um pouco teatral demais. – Meu nome é Charlie e o seu?
- Sandra. – Apresentou-se mais aliviada.
- Então podemos continuar de onde paramos? – Falei, mas dei tempo para que ela processasse a pergunta e muito menos formasse uma resposta. Eu a beijei, mas desta vez ela retribuiu. Eu não pretendia levá-la direto ao meu quarto no Plaza sem saber se ela estava afim ou não.

- Lá no Brasil é assim? – Perguntou curiosa. – Duas pessoas se beijam sem ao menos se conhecer?
- Às vezes. – Respondi com um pouco de sinceridade na voz. – Mas você tem um magnetismo que eu nunca vi. – Confesso, nesta última parte eu menti. Ela era como qualquer outra mulher para mim.
- Ah, obrigada. – Retrucou timidamente e um tanto surpresa. – Eu não sei se sou exatamente quem você está procurando para conquistar. Eu tenha quarenta anos.
- Eu não estou surpreso. – Eu disse sério. – Eu não me importo com a idade, para mim ela só mais um numero insignificante.

- Mas você é jovem! – Especulou surpresa.
- Contudo... – Comecei e andei com dois dedinhos na pelo seu ombro e subi até a têmpora. – Você não é muito mais velha do que eu. São apenas cinco anos.
- Sério? – Duvidou já desarmada. – Você parece ainda estar chegando aos trinta.
- As aparências enganam. – Filosofei sem saber se aqui nos E. U. A. esta frase é tão dita como no Brasil. – Eu, por exemplo, jamais pensaria que uma mulher tão atraente como você pudesse ser tão intelectual.
- Eu sou advogada. – Confessou, fugindo totalmente a minha filosofia. – Sou divorciada e tenho um filho de treze anos.

- Eu não me importo com nada disso. – Neguei ainda sério. – O que acha de conversarmos na minha suíte no Plaza?
- Você é mesmo um conquistador barato. – Admitiu mais para si mesma do que para mim e revirou os olhos. – Eu aceito o seu convite.
Então eu desfiz o caminho para retornar ao meu carro, de mãos dadas com ela. Algumas garotas que eu vi ao passar fizeram alguns cochichos e outras até estamparam expressões de desaprovação, mas eu não me importei e pelo visto nem a Sandra. Quando enfim chegamos a minha suíte, ela cruzou os braços e acalentou um pouco a sua região muscular acompanhada de um suspiro. Eu podia sentir que ela estava se arrependendo.

Então, para afastar aqueles sentimentos da sua cabeça, abracei-a por trás e beijei sua nuca lentamente. E neste ritmo lendo fui girando-a até que eu pudesse sentir seus batimentos cardíacos contra os meus. Eu sabia que tinha afastado todas as sensações alheias ao prazer de sua mente e fui desabotoando suavemente cada botão de seu casaco negro e depois de sua blusa branca até revelar o sutiã enegrecido que lhe caia perfeitamente.

Sem olhar as suas costas, desarmei o sutiã também e deixei seus seios nus. Foi a vez dela de desabotoar cada botão da minha camisa até revelar meu peitoral esculpido. Ela passou as mãos nele para sentir meu calor e eu podia ver seus olhos se incendiando. Nesse embalo calmo ao despir as nossas roupas eu a levei para a cama e pude finalizar o processo do modo convencional – ela não era safada o suficiente para experimentarmos as posições mais sacanas. 

Depois que a situação já estava irreversível e eu já havia ejaculado na camisinha, caí no sono e ao acordar duas horas mais tarde a cama estava vazia. Havia apenas um bilhete na cabeceira: “Was amazing, call me”, em português “Foi incrível, me ligue” e no verso do papel estava escrito um número, mas eu não iria ligar. Foi apenas uma vez e nada mais.



Não perca na próxima sexta, o terceiro capítulo, desta grande história!
Uma web novela de João Paulo Alves