Maluco Beleza

Hoje para quem não sabe é o último dia do nosso programa, e resolvemos então fazer uma homenagem a um dos maiores hospitais psiquiátricos do Brasil:
O Juqueri!
E para começar, iremos fazer um pequeno resumo da história do Hospital.

Hospital Psiquiátrico do Juqueri

O Hospital Psiquiátrico do Juqueri é uma das mais antigas e maiores colônias psiquiátricas do Brasil, localizada em Franco da Rocha (antigo município de Juqueri), na região metropolitana de São Paulo.

O início da construção da Colônia Agrícola Juqueri data de 1895, com o projeto do arquitetônico de Ramos de Azevedo, em uma área de 150 hectares. Inaugurado em 1898 pelo psiquiatra paulista Francisco Franco da Rocha, o Asilo de Alienados do Juqueri passa a denominar-se Hospital e Colônia de Juqueri em 1929.  Enfrentou a explosão migratória dos anos 1960 provocada pelo desenvolvimento industrial, que contribuiu para o aumento do desemprego, mendicância e marginalidade.

Reforma psiquiátrica


Em 1958 chegou a ter mais de 14 mil internados. Um pavilhão para menores foi inaugurado em 1922 e em 1957, do total de doentes 3.520 eram crianças.
Num só ano a população de pacientes aumentou em quase quatro mil pessoas, passando de 7.099 em 1957 para 11.009 em 1958.

Em 1981 o complexo contava 4.200 pacientes entre o Juqueri e o Manicômio Judiciário, instalados na mesma área. Além desses, vários órgãos públicos, como escolas, Corpo de Bombeiros, 26º Batalhão da Polícia Militar, lixão e até invasores de terra situam-se na Fazenda Juqueri, com 1.100 hectares ou 731 quilômetros quadrados de área. Tratava-se de uma instituição prestando atendimento aos municípios de Franco da Rocha, Francisco Morato, Cajamar, Caieiras e Mairiporã, no conjunto com cerca de 400 mil habitantes. Esses municípios formaram-se a partir do hospital.

O diagnóstico de 1995 detectou 1.800 internos, 9% dos quais em condição de alta; 13% de deficientes físicos/mentais; 21% de idosos sem doença mental primária; 21% em condição de reinserção social; 36% de doentes mentais em condição de reabilitação.
Em 1998, havia 1.411 internos (741 homens e 670 mulheres) e nenhuma criança. A maioria (47%) tinha entre 41 e 60 anos, estava sob os cuidados de 2.213 funcionários (médicos, técnicos e administrativos).

O Hospício do Juqueri está em um processo de desativação há décadas. Em 2005, cerca de 500 internos foram transferidos para clínicas.

A administração implantou um programa de resgate da cidadania de pacientes, funcionários e moradores. O funcionário passa por cursos de aperfeiçoamento profissional e os pacientes voltam cada vez mais ao convívio com a sociedade e recebem incentivo à manifestação artística, como pintura, escultura e artesanato.

Os pacientes, porém, continuam vagando, mas a diferença é que o Juqueri podia, no passado, ser comparado a um campo de concentração. Hoje melhorou-se a ambiência e os pacientes são tratados com dignidade. Busca-se no Juqueri a vocação para ser uma instituição de saúde mental e assistência integral, que faz reabilitação. Neste movimento, identificaram-se pacientes, providenciaram-se documentos, localizaram-se famílias e reintegraram-se alguns pacientes, providenciaram-se aposentadorias, contas bancárias, poupanças e foi feita uma comissão de internos. Os pacientes andam sozinhos pela cidade quando têm autonomia para cuidar-se. Em geral, são idosos abandonados pela família que o Juqueri mantém abrigados. Alguns deles trabalham durante o dia e retornam à casa ao anoitecer


O FIM
Em 2005 um incêndio atingiu o setor administrativo do prédio do Hospital. As seis horas de fogo destruíram o prédio de dois andares tombado pelo Condephaat, sua biblioteca (a mais completa em livros e periódicos de psiquiatria da metade do século XIX até metade do século XX) e 100 anos da memória do Hospital. Do edifício sobraram apenas as paredes estruturais e uma parte da cobertura do piso inferior em uma de suas laterais. O prédio havia acabado ser restaurado, com reforma do telhado, do piso, vitrais e da estrutura elétrica

Esse assunto é muito importante, por que já se passaram 05 ANOS E NADA ACONTECEU!
Então vamos entender melhor o começo do fim do MAIOR patrimônio da cidade de Franco da Rocha!
Num texto de Iná Rosa e Lucia Teresa.
Comentários e adaptações feitas por: Victor Hugo

Prédio da administração, antes do incêndio

Na madrugada de 17 de dezembro de 2005, o prédio da administração central do Complexo Hospitalar do Juquery foi destruído por um incêndio. Edificação de grande destaque no conjunto arquitetônico projetado pelo arquiteto Francisco de Paula Ramos de Azevedo na virada do século XIX, é Patrimônio Histórico reconhecido pelo Condephaat.
Exemplar de grande valor arquitetônico, dotado de elementos ecléticos, sintetizou a linguagem construtiva institucional de um tempo histórico que, juntamente com outras edificações existentes na Fazenda Juquery, representam a arquitetura hospitalar daquele período. Sua imponente edificação de dois andares é cartão postal da paisagem franco-rochense.


A estrutura da cobertura do edifício, bem como a das galerias, feita em madeira nobre, como o pinho de Riga, mostrava um trabalho de carpintaria primoroso, cuidado que Ramos de Azevedo demonstrou nas suas portas, janelas e assoalhos. Um vitral destacava-se no saguão central, causando uma sensação agradável ao adentrar ao prédio pela sua porta principal, iluminando o busto de Franco da Rocha que, segundo a versão de funcionários, foi resgatado somente nos últimos instantes que precederam o colapso da edificação.



Lamentavelmente, o fogo reduziu o edifício a escombros, restando apenas as paredes estruturais e uma parte da cobertura do piso inferior, numa das laterais. Queimaram com ele mais de cem anos da história da psiquiatria paulista e brasileira – prontuários médicos, arquivos técnicos e administrativos – que guardavam o dia a dia do Hospital do Juquery desde o tempo do médico Franco da Rocha, fundador da instituição. O edifício abrigava ainda a mais completa biblioteca brasileira de livros e periódicos em psiquiatria da metade do século XIX até metade do século XX.


O incêndio ocorrido em um final de semana, de um final de ano, de uma final de campeonato esportivo, não chamou a atenção da imprensa como poderia ou deveria.



Da mesma forma espera-se que as 16 viaturas mobilizadas pelo Corpo de Bombeiro, conforme noticiado pelo site www.estadao.com.br, tenham sido ao menos capazes de salvar uma parcela do acervo ali guardado. Neste caso muito terá sido feito, pois a construção poderá ser, em algum sentido, restaurada, mas a memória documental ali contida não.



Já se passaram quase 5 anos e não se sabe se o incêndio foi ou não intencional, ele certamente será fruto de mais de uma década de abandono e descaso na manutenção das edificações do Complexo. Cabe ressaltar que o prédio da antiga 3ª Clínica Feminina do Hospital Central, que foi incendiado há alguns anos, ainda não foi recuperado, correndo sérios riscos de desaparecer. Esse risco também se estende à Colônia Azevedo Soares, construída em 1896, primeira edificação do Hospital do Juquery, também projetada por Ramos de Azevedo, há 110 anos com indiscutível valor histórico e arquitetônico.

Diante da tragédia de agora, torna-se necessário cobrar das autoridades a responsabilidade pelo ocorrido exigindo, além das explicações necessárias, um plano de ação que possibilite a preservação do edifício. Corre-se o risco de que o Hospital Central seja retirado da paisagem e talvez, quem sabe, num futuro próximo, até de nossa memória.
A visita feita ao Complexo, no domingo, causou tristeza e indignação. Visto de fora ou a partir dos jardins do pátio interno, o edifício calcinado contrasta dolorosamente com o verde da vegetação que o envolve. A tarde úmida, o silêncio e a fumaça do rescaldo davam aos sentidos a impressão de um velório. Mas ainda assim, o que restou do belo edifício domina a paisagem, testemunho inequívoco que foi construído para permanecer.

Já se passaram 5 anos e nada foi feito, devemos tomar coragem e cobrar das autoridades um esclarecimento sobre o incêndio, e obrigar que começem o processo de restauração do prédio!
Afinal o Juqueri construiu a história da nossa cidade, ajudou muitos moradores, e agora que ele precisa de nós, simplesmente fechamos os olhos e deixamos que o imprestável do prefeito acabe com a nosso maior patrimônio.
Porque a pouco tempo ele já transferiu parte do nosso hospital para a cidade vizinha!
E o substituiu com um calçadão no centro da cidade!
Pensem, reflitam e vejam que o Marcio Cecchettini esta acabando com a nossa cidade!
Prefiro Franco da Rocha associado à Loucos do que a Corrupção e roubo!

Vejam alguns videos do incêndio do Juqueri e das belezas!



E não podemos esquecer...
Parabéns Franco da Rocha e Juqueri pelo seus 66 anos de vida, que será na próxima terça-feira dia 30 de novembro!